quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aprendendo com os argentinos

Estou lendo "Argentinos, mitos, manias e milongas". Uma divertida forma de entender melhor o que se passa na complicada cabeça dos argentinos, mas de quebra eu diria que temos muito a aprender com eles. A grande diferença entre nós, vacas tupiniquins e o boi portenho é o inconformismo diante de uma sacanagem. Explico: o brasileiro simplesmente se cala, se esquece, releva, perdoa tudo. O argentino revida, faz piquete, passeata, panelaço.
"...depois da desvalorização do peso... a fúria popular gerou uma espécie de vale-tudo. Um dos dois filhos do ex-presidente De la Rúa, Aíto, falava ao vivo com os jornalistas quando uma senhora loura, de seus sessenta anos, cachorrinha pequinesa nos braços, interrompeu a entrevista. Sem dizer palavra, deu um tapa no rosto do rapa: - Isso é para você saber como o povo está sofrendo - disse em voz alta e depois seguiu caminhando com seu cãozinho já com a cara mais aliviada"
A técnica dos argentinos chega a contar com visitas aos vizinhos de políticos para pedir que ninguém lhe dirigisse sequer um bom-dia e por aí vai.
Mas para muitos, ler um livro já é complicado... mudar de atitude então... ninguém espera, mas ao menos um pouquinho de inconformismo com nossa concordância bovina diante de mazelas como a de José Sarney já é muito bem vindo.

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