Fui ao cinema cheio de expectativas, afinal a nova obra de Ridley Scott chegou as telas, e ainda em IMAX 3D. Fui um dos primeiros a entrar na sala, sentei na poltrona enquanto lia o final de "A rainha do castelo de ar" do Stieg Larsson e observava as pessoas que iam se instalando em suas poltronas.
Um casal sentou-se exatamente na minha frente e se mostraram desconfortáveis, pois éramos praticamente os únicos no cinema ainda. "Quem reserva os melhores lugares costuma chegar primeiro também...", disse eu e eles sorriram como que autorizados.
Ridley Scott me impressiona pela sua obra máxima "Blade Runner" e também por "Alien", obras primas perenes. O androide de Blade Runner quer a vida eterna, ou ao menos evitar morrer tão cedo. O monstro de Alien quer perpetuar sua espécie. Os astronautas de Prometheus querem a explicação divina, querem as respostas as velhas perguntas "de onde eu vim?, qual meu propósito? quem me criou?". Apesar de estarmos em 2093 e os personagens serem pessoas pretensamente cultas, cientistas afinal... com uma visão científica das coisas, não é mesmo? Apesar disso essas perguntas literalmente torturam e motivam os personagens a seguir em frente. É de se estranhar que um grupo seleto de cientistas esteja nessa situação de busca desesperada pelo sentido da vida e ainda mais, pela vida eterna. É de se estranhar que Ridley Scott faça questão de nos empurrar seu teísmo goela abaixo nos atos de seus personagens, o que aconteceu? Chegou a senilidade? Só jesus salva?
Não gostei do filme, esperava mais de um monumento cinematográfico, senti tédio ao ver gente inteligente alegando que a busca pelas respostas é o sentido de suas vidas, cientistas fanáticos por símbolos religiosos, por mensagens divinas implícitas em desenhos dos homens das cavernas.
Não sei se por ser ateu, esteja eu manifestando fanaticamente meu desapego pelos "mistérios divinos", ou se apenas me desagradou o fanatismo religioso de Ridley Scott escorrer pela tela. Isso sem falar em clichês como o do geólogo que fica histérico no meio da missão e arma um barraco após 15 minutos de tensão no início do filme... o que ele esperava ao viajar até uma galáxia distante em busca de ETs? Dar um abraço no próprio ET Spielberguiano? A "dona" da espaçonave literalmente incinera um dos astronautas que ficou doente e começou a tossir, no máximo ela é chamada de malvada... será que estou ficando chato demais ou o filme é mesmo uma palhaçada?
Claro, a cena da cesariana é simplesmente fantástica, apesar da recém-operada sair correndo pelos corredores nos minutos seguinte, assim como outros gadgets que o pessoal tem a seu dispor. O sacana robô David também está ótimo, alguém disse que ele é parecido com Hal9000 no físico do androide malvado de Blade Runner, mas tudo termina por aí. Tá bom, a fotografia é bacaninha, os subwoffers balançam os brincos das orelhas das mina, o 3D não serve de nada.
Oh, perdoa-me por ser chato, muita gente está elogiando o filme...
Uma torneirinha de escape para o maravilhoso e o aterrorizante do dia a dia de um cidadão do mundo, pai, voador, empresário, psicanalista, que gosta demais de escrever. Silvio Ambrosini é conhecido pelos amigos como Sivuca, é autor dos livros publicados "Ventomania - Uma Vida Voando" e "Voando de Parapente" A venda em https://ventomania.com.br. Aproveite para visitar meu instagram em @sivukus
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2 comentários:
O FILME É TÃO RUIM QUE CRIEI UMA CORRENTE CONTRA ELE NO MEU FACE, PARTICIPE LÁ: http://www.facebook.com/photo.php?fbid=480896271936198&set=a.145080792184416.25976.100000474878684&type=1&theater¬if_t=like
ADD
KHACYOS REZENDE
Concordo totalmente. E ficou ótima sua frase: "prometheus mais não cumprius" . Resume tudo. Abs.
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