sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

A dura realidade alemã - A fita branca

A fita branca é de uma beleza difícil de explicar. Há uma cena onde um menino pergunta para a irmã mais velha, o significado de "morrer". O diálogo, as cores (refiro-me a luz e sombras, já que o filme é P&B), os movimentos, os silêncios, tudo me levou para um dos mais belos momentos do cinema que já vi.

Diante de filmes como esse, quase sinto dor quando alguém me reclama do fato de um filme ser filmado em preto e branco. Como reproduzir as emoções represadas das pessoas de uma aldeia alemã em 1913 em cores? Não há nada mais preciso que descrever vidas em preto e branco que suprimindo suas cores na tela do cinema.

Há grandes esperas, com momentos de silêncio onde pequenos rituais acontecem à distância, como que buscando uma privacidade até da câmera. Há violência num simples olhar, num comentário, na dor escondida e cultuada pela pressão social. Tudo maravilhosamente retratado.

Há o barão e a baronesa, o pastor, o professor (que narra o filme em off depois de velho), as crianças, a babá frustrada, os amores contidos, o desprezo pela pessoa humana, e também há um criminoso na vila, quem será? Todos parecem se sentir culpados de alguma forma.

A Fita Branca ganhou nada mais nada menos que a Palma de Ouro no Festival de Cannes, é P&B e daí?

Imperdível, e vou ser super legal com você dando o link para o filme com legendas em português já sincronizadas aqui.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O avião é um pássaro


Pequena pérola catada num final de tarde com cervejas em Mogi das Cruzes, a mesa do bar Sambuca com meu amigo Paulo:

Papai, o que é um avião?
Um avião? um avião é um pássaro meu amor.
Pássaro? desses que voam por aí?
Isso mesmo, querida. Um pássaro.
Mas como as pessoas entram nele, pai?
Ora... o pássaro as engole, filha.
Engole?
Isso mesmo, ele as engole.
.......
E como as pessoas saem do pássaro, papai?
Como saem? Ora... o pássaro as vomita, meu amor.
Vomita? mas aí elas não vai sair sujas?
Não meu amor, as pessoas não saem sujas porque o estômago do pássaro-avião é limpinho.
...............
Ah, papai.. isso tá me parecendo estranho...

Como estranho amor? é como Jonas que foi engolido pela baleia e depois ele saiu inteirinho, lembra?
Mas isso é só uma estória pai... me conta de verdade... o que é um avião?
Tá bom meu amor, um avião é uma máquina.... (continua com a explicação).


O que me impressionou nessa história é o fundamento didático, a técnica de despertar interesse tirando do banal uma simples pergunta de criança, trazendo para o primeiro plano o verdadeiro valor da relação entre um pai e uma filha. Espero um dia ser capaz de ser ao menos um fiapo, uma faisca do que é meu amigo Paulo.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Cumplicidade velada em "É proibido fumar"


É muito interessante a relação entre Baby e Max, os protagonistas. Ambos adoram música, são vizinhos e iniciam um relacionamento. Ela fuma quenem chaminé é uma paciente professora de violão, com alunos desafinados, ele é hiperdescolado, toca samba em uma churrascaria, chama Baby de "cara", ambos fumam maconha juntos, mas ele pede para ela "ir fumar lá fora".

Até aí tudo normal, até o acidental assassinato provocado por Baby que foge da cena. A morta em questão é a pentelha da "Ex" de Max.

Ela mantém a situação em segredo, mas ele é suavemente extorquido pelo porteiro do prédio "seu Chico" que quer voltar pra Bahia e tem a seu favor a fita de vídeo que mostra o momento do acidente-crime. Max não conta o que houve e pede 10 mil para pagar uma "dívida de jogo".

Cada um tem um segredo, cada um quer proteger e quer proteção. Um filme muito interessante, com boas atuações. Gosto muito do Paulo Miklos que é além do fato de ser um velho componente da banda Titãs, é um ator que não sofreu influências do modelo-globo que tanto faz para afundar o cinema nacional, como por exemplo na ridícula cena das mulheres dançando.
Sim, vale a pena assistir. Nos cinemas.

Atividade Paranormal

Só caiu a ficha "O filme é bom!" quando depois de assistir, fui dormir e depois de 10 minutos tomei um susto danado com um barulhinho na janela do quarto.

Todo filme tem um objetivo, uns são feitos para trazer lágrimas, outros para lhe trazer riso, outros indignação, outros tesão e assim por diante. Atividade Paranormal, que está em cartaz nos cinemas, foi feito para te trazer medo.

Com uma produção ridiculamente mambembe, duvido que tenham gasto mais de 3 mil pra fazer o filme, ele é basicamente "a fita" das gravações que um casal que se sente molestado por algum tipo de poltergeist e resolve comprar uma câmera para registrar e tentar descobrir o que realmente se passa. As atuações são excelentes e tudo leva a crer que aquilo tudo é real, já que qualquer um poderia ter feito igual se tivesse tido a ideia.

É justamente o realismo do filme que te pega, sua proximidade com o real, afastando o expectador de efeitos especiais holywoodianos consegue fazer você acreditar, participar e se assustar com as cenas mal filmadas.

Quando terminou, pensei: "meu deus, que lixo..." logo depois entendi que o filme não é lixo não... ao contrário, é coisa finíssima. Assista e me xingue se for capaz.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

10 dicas ducas de como dirigir um ônibus em São Paulo

Alguns motoristas vem de terras longíquas e encontram na crescente metrópole, uma oportunidade de emprego que não pode ser desprezada, afinal cresce a cidade e mais transporte coletivo é sempre necessário.

Entretanto, sua maneira conservadora de digirir a bagaça pode ser um tiro no pé. Então, segue abaixo um guia que auxiliará esses cavalheiros a obter o máximo por um mínimo:

1 - Passageiro é como gado, não se incomode com eles, todos se espremerão lá dentro sem reclamar.

2 - A cidade anda rápido, então ande mais rápido ainda. As placas de velocidade máxima permitida são pura decoração natalina (de natais passados).
3 - Sinal vermelho é só pra paulista, você pode passar, afinal quem é o trouxa que irá se meter na frente de um coletivo?
4 - Nunca pare perto da guia, isso ajuda as velhas a treinar salto em distância para as próximas olimpíadas, mesmo que sejam as paraolimpíadas.
5 - Fique atento nas funkeiras gostosas, elas adoram um motorista de ônibus, você pode se dar bem ao dar pinta do seu status.
6 - Deixe seus amigos entrarem pela porta de trás, assim eles não precisam pagar a estúpida passagem.
7 - Seja amigo do cobrador, ele pertence ao STR (Sindicato dos Trabalhadores Redundantes) e por mais que ele ganhe para dormir o dia inteiro (já que todo mundo tem bilhete único), ele sempre estará por perto.

8 - Não deixe de participar de corridas com outros veículos, elas são excitantes, dignificam o espírito e trazem um panorama lúdico às vidas monótonas dos imbecis dos passageiros.
9 - Evite parar em todos os pontos, mesmo que alguém faça sinal. Isso faz de você uma pessoa previsível e sem graça.
10 - Pare ao menos uma vez por viagem, para uma cerveja com os amigos, isso ajuda os passageiros a descontrair no contato com a vizinhança.

Espero te sido útil na árdua tarefa de ajudar na educação no trânsito de nossa caótica cidade.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

This is it, Michael Jackson no IMAX


Provavelmente esse é um dos assuntos mais comentados dos últimos tempos, fico até sem jeito de contar minha experiência ontem a noite ao assistir "THIS IS IT", o filme que nos apresenta o homem Michael Jackson em sua plenitude artística.
Esse post teria uma série de "como disse fulano, como disse cicrano", afinal é impossível eu ter visto algo que só eu vi, não é mesmo? Chega a ser ridículo. Então vou contar o que eu senti.

Senti dó. Senti pena de ver que agora não mais será possível termos MJ criando, imaginando, amando, dançando e contraternizando como ele fazia antes de virar parte do elenco permanente de seu próprio Thriller.
Michael foi um grande artista, um gênio de sua música, um virtuoso de sua criação e isso é um fato inquestionável, aliás é a única coisa que realmente me interessa saber a respeito dele.

Claro, o filme foi feito por gente que amava Michael e não poderia deixar de ser uma obra onde você vê "seu lado bom", mas é difícil acreditar que possa haver algo mais que "não deva ser mostrado" no filme, a não ser aquilo que a imprensa se cansou de explorar ao longo dos anos para transformar em notícia baseado nos eventuais escorregos corriqueiros desse impressionante músico.

Confesso que me deu vontade de soltar algumas lágrimas, mas não porque o filme apela para pieguisse, ao contrário, o filme é uma obra reta, uma obra honesta que mostra uma pessoa no exercício pleno de sua profissão. Poderia mostrar a vida de um motorista de empilhadeira e a sensação seria a mesma: transparência.

A experiência de ver o filme em uma tela de oito metros de altura por 14 de comprimento é um detalhe (obrigatório) à parte, que nos coloca frente a frente a melhor (e única) maneira que nos restou de ver MJ em ação.

Vá correndo, mas antes entre no ingresso.com.br e compre seus ingressos antecipadamente escolhendo o lugar onde você vai sentar e de preferência no meio e em uma das três últimas fileiras, pois como disse o Maurício Saldanha (olha eu aqui), se você não ver na tela grande, poderá se arrepender mais tarde.

Ah, o desenho no início do post é do cartunista Wagner Muniz.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Santa Evita - Sim, existe vida após a morte

Terminei de ler o romance de Tomas Eloy Martines com essa impressão, já que a narrativa que envolve o nomadismo do cadáver da maior lider espiritual que a Argentina já teve, Eva Perón é simplesmente impressionante. Apesar da Argentina ser um pais fronteiriço com nossas terras, sabemos pouco sobre o que ocorre ou ocorreu com os hermanos.

Adoro esse tipo de narrativa que recria uma realidade baseada em fatos reais e o livro de Tomas Eloy Martines não fica atrás. Num clima de suspense e humor negro, ele nos surpreende com revelações quase impossíveis de acreditar sobre a tudo o que envolveu a morte de uma mulher que simplesmente se tornou grande demais para caber dentro de seu caixão.

Evita foi embalsamada, foram feitas mais três cópias do cadáver e tudo isso rodou o mundo, na mão de muita gente que simplesmente se fascinava por Ela e principalmente por o que Ela significava. Não sou crítico de livros, apenas adoro ler e o lugar desse não é na estante, é em suas mãos.

Julie e Julia, uma delícia

Ah, Joãozinho.... você não sabia que tenho assistido um montão de filmes da 33ª Mostra Internacional de Cinema que está rolando aqui na No-Smokinglândia?
A receita é usar o Google Agenda para organizar os horários dos filmes, comprar ingressos antecipadamente no ingresso.com.br e chegar no mínimo meia hora antes na fila para garantir lugares aceitáveis para ver na tela grande, maravilhas como a Meryl Streep em uma deliciosa perfomance onde ela é uma dona de casa que, sem ter muito o que fazer, decide fazer um curso de culinária que termina se transformando num livro.

A história é real, Julia Child existiu, assim como a outra protagonista Julie Powels (Amy Adams), a blogueira que decide em tempos atuais, fazer as 525 receitas do famoso livro de Julia em um ano e registrar tudo em um blog. As duas nunca se conhecem, são histórias paralelas em tempos distintos, mas há um delicioso sincronismo entre elas.

Meryl está maravilhosa como sempre, me dá até vontade de entrar para algum fã-clube dela ou então comprar o livro de receitas e fazer ao menos uma das 525 (era isso?).
Vai entrar em cartaz no circuito logo logo, não deixe de assistir mamãe!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

A Onda (Die Welle)


Quando o professor Reiner invoca o 3º Reich como um exemplo para sua aula de autocracia; na verdade o exemplo fora dado por um aluno, imediatamente a classe rechaça a ideia alegando que isso são águas passadas. Uma das alunas diz que há uma "responsabilidade histórica" na Alemanha, piadas surgem e Hitler parece tão distante quanto uma viagem no tempo.

O que vem em seguida é uma incrível proposta didática. Sem prévio aviso, o professor cria uma simulação de modelo autocrático na sala de aula, elaborando junto com os alunos, uma espécie de sociedade que os próprios batizam de "Die Welle" (A Onda). Realmente, vivenciar aquilo que se quer ensinar é uma forma extremamente eficiente do ponto de vista didático. A coisa tem tudo para funcionar, o professor é o modelo ideal de ditador eufemístico, já que a classe o venera; ele usa camisetas do "The Clash", tem um estilo todo despojado, especialmente se comparado aos sizudos colegas, não há como não se "apaixonar" pelo professor Reiner, que na simulação da autocracia, agora tem de ser chamado "Herr Wender".

É assustadoramente simples como um regime autocrático, vestido com seus símbolos, gestos, site, adesivos, uniformes, padrões enfim, pode envolver uma multidão. Rapidamente a turma embarca nessa "Onda" que é vista singelamente como um agregador da comunidade. Aqueles alunos mais fragilizados pela aborrescência rapidamente se tornam fieis seguidores em especial. A escolar lista de características do regime, ditada pelos alunos no início da aula, termina invariavelmente se tornando prática comum nos dias que seguem a experiência e sem que os alunos se deem conta, passam a integrar seu dia a dia de maneira cada vez mais assustadora.

É aí que o problema começa: "A Onda" começa a tomar uma dimensão maior que o esperado e começa a ficar complicado controlar os fatos. É aqui que paro meu texto, pois você tem de ver o filme e não quero estragar a história, depois que você assistir a gente conversa sobre o final que é surpreendente. O filme é baseado em fatos reais.

Só quero completar dizendo que o filme é tão envolvente que eu tinha um compromisso que me esqueci completamente e precisei de alguns minutos após os créditos finais para voltar de verdade para a Mooca, São Paulo, SP, Brasil, 22 de outubro de 2009.

domingo, 18 de outubro de 2009

Não precisa ter medo, eu estou aqui.

Minha mãe me mandou esse post lindo sobre minha sobrinha Fernanda:


Crianças dizem cada uma que merecem nota. Eu estava sentada na cozinha, e a minha netinha de três anos, estava na mesma cozinha, quando de repente escutamos um barulho forte no outro aposento. Então de brincadeira eu fiz uma cara de assustada, ai  ela olhou para mim e correu na minha direção e atirou-se no meu colo, colocou os bracinhos em volta do meu pescoço e disse baixinho no meu ouvido: "NÃO PRECISA TER MEDO EU ESTOU AQUI COM VOCE". E assim ficou um tempinho me apertando fortemente, Depois se afastou um pouco e disse: "VEJA É DIA E ESTÁ TUDO CLARO NÃO PRECISA TER MEDO". 
Eu fiquei em estado de graça de Deus na sua infinita bondade haver me mandado esse serzinho de apenas 3 anos, que me ama incondicionalmente e ainda me proteje. 
Deus a abençoe por ela ser quem é. 

--
Alice Candeias Ambrosini

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Beldades na oficina - Opala

Ups, esse post está aqui, ó.

Mais balões

Balões dão o que falar, lembro da música "Superfantástico, o balão mágico.."; lembro do filme "A volta ao mundo em 80 dias" - Oscar de melhor filme de 1957 -, com aquela trilha eternamente gratificante, lembro também do incrível dirigível do filme "A ilha no topo do mundo", que fui assistir no finado cine Astor - cuja sessentista rampa hoje dá acesso à entrada da livraria Cultura no conjunto nacional.
Depois veio o padre dos balões que se afogou no atlântico após lamentável erro de interpretação climática, depois veio UP, Altas Aventuras, o espetacular filme da Pixar que ainda está em cartaz e você que é bobo não viu ainda.
Mas um ano antes de "A volta ao mundo..." ganhar seus cinco Oscar, em 1956 o Festival de Cannes premiava "Le ballon rouge", este espetacular pequeno filme - 25minutos - veja só que pérola.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

O garoto no convés - John Boyne


Terminei de ler o novo livro de John Boyne, autor de sete outros romances, e dentre eles, "O menino do pijama listrado", que deu origem ao delicioso filme de 2008.

O livro foi um grato presente de minha mãe pelo meu aniversário e não poderia ter sido melhor. Trata da incrível aventura de John Jacob Turnstyle que embarcou no navio da marinha inglesa Bounty em 1754 (acho que foi isso) para participar de uma aventura espetacular ao redor do mundo.

O navio, que estava sob o comando do capitão Willian Bligh (de verdade), sofreu um dos mais famosos motins da história.

O livro é uma saga, uma mega aventura que transformada em filme, quem sabe um dia, dará o que falar. Turnstyle, apelidado de Tutu pela tripulação, é um rapaz de 14 anos que troca a prisão por roubo de um relógio, por um trabalho que ele nem imagina qual seria até estar efetivamente dentro do navio: Ajudante do Capitão para uma viagem de Londres até o Taiti ida e volta.


Não dá para parar de ler antes do final da última página. Um livro deliciosamente escrito, que prende a atenção do início ao fim. Confesso que fiquei meio desconfiado quando vi que a capa seguia o mesmo padrão de listras do livro anterior que fez tanto sucesso... logo imaginei "Ah, uma forma de garantir as vendas...".. bem, não é necessário, John Boyne nos brinda com uma história eletrizante do início ao fim. É um livro de quase 500 páginas que nem por um instante perde sua força inicial.

Leia! E se não leu o livro anterior, leia também, e se não viu o filme, veja também! Ok, vou quebrar seu galho... aqui estão as legendas.

Empreendedorismo também se aprende - O segredo de Luisa


Sim, não há dúvida de quem tem talento inato, sofre menos e tem mais facilidade em lidar com os desafios da vida, porém isso não quer dizer que na vida só haja espaço para os grandes talentos, basta olhar para aquele país lá no centro-oeste brasileiro, idealizado por Juscelino Kubistchek para vermos que mesmo o mais crasso e grosseiro dos mortais consegue ganhar dinheiro, mesmo que seja as custas de nós, trouxas.

As vezes escuto de pessoas que decidiram "vender tudo para abrir seu negócio próprio" e acabaram se dando muito mal. Bem, minha sugestão não é a solução de todos os males, mas sem dúvida é um livro bem interessante que vem acrescentar muitas informações úteis àquelas pessoas que estão tentando ingressar no mundo do negócio próprio.

"O segredo de Luisa" é contado numa interessante história sobre uma dentista que decide abrir uma fábrica de goiabada, o livro percorre os fundamentos do planejamento e da realização de uma empresa e ainda viaja deliciosamente pela vida pessoal da protagonista e de todos os problemas que ela enfrenta durante a aventura de sua vida. Pode ser complementado pelo importante software MakeMoney, esse uma ferramenta essencial para o planejamento financeiro empresarial, não importa o tamanho.

Não esqueça meus 3%!

sábado, 10 de outubro de 2009

Inglorious Basterds - Tarantino Antropófago


Tarantino faz valer o manifesto antropofágico de Oswald de Andrade em seu "Bastardos Inglórios". Desde a trilha que usa temas de filmes antigos como o western "Alamo", passando por "Pour Elise" de Beethoven até a incrível semelhança do tenente Aldo Reine incorporado por Brad Pit comm Marlon Brando em "O poderoso chefão", passando pela cartaz muito parecido com o de "Nascido para matar" de Kubrick.

Também é inegável a semelhança da afetação de "Tio Adolf" (como Aldo chama a Adolf Hitler), que nos remete diretamente a Charlie Chapplin em "O grande ditador".

Claro, os mais atentos que eu, irão encontrar mais um sem-número de lugares comuns entre o mundo do cinema e a nova obra do mestre e isso não tem nada de errado não, muito pelo contrário, na minha humilde opinião, o mundo da arte é um constante reaproveitamento, uma infinita releitura de tudo de bom que alguém idealizou um dia, não é assim que vivemos nosso dia a dia?

Tarantino arrasa mais uma vez em um filme divertidíssimo e nos mostra que no cinema há espaço para recriarmos a realidade da forma que gostaríamos que ela tivesse realmente sido. Veja o trailer do filme e vá correndo assistir e é claro, no Kinoplex 6 com seu incrível somTHX do Lucas Arts.




Ah, e falando em Tarantino, outro vídeo imperdível é a discussão "filosófica" entre Selton Melo e Seu Jorge, "Tarantino's Mind".

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Uma semana voando de parapente no sertão da Bahia

Quando uma tremenda virose me fez arrumar as malas e voltar correndo pra casa antecipadamente em 1999 logo após de fazer um voo recorde de 166km no sertão do Ceará, não imaginei que só voltaria para a caatinga após dez anos.

Eu estava seco pra voltar a voar sobre a "terra de Marlboro", como se diz quando você vai sobrevoar lugares onde não vive ninguém ou quase ninguém e comecei a esboçar uma viagem pra Quixadá no Ceará quando meu amigo Arthur me comentou que outros amigos, o Mexicano e o Ailton estavam organizando uma trip para Santa Teresinha na Bahia.
Eu já voei lá, foi em 1998, numa excursão organizada pelo Chico Santos, chamada "Jibóia só para Cobras" porque a decolagem era da serra da Jiboia que nem se escreve mais com acento... Agora a decolagem é da rampa do Boqueirão, bem melhor e de mais fácil acesso.

Adorei a ideia, comprei a passagem e fiquei esperando o dia 2 de outubro chegar. Quando fiquei sabendo que seríamos um grupo de 13 pilotos, confesso que fiquei assustado, talvez seja trauma da equipe "Salto Alto" quando participei do mundial de 99 na Áustria, quando o stress foi maior que as alegrias, mas como já estava tudo pronto lá fui eu.

E foi ótimo! O grupo foi nota DEZ! Uma turma unida, simpática, todos bons pilotos, enfim.. só alegrias. Deixa ver se eu lembro os nomes todos...

Mexicano, Bauru, Sandro, Top, Rafa, Tuzim, Gian, Amilcar, Vovó, Palmito, Sivuca, Baldok e Juninho.
Ficamos hospedados na pousada do top-casal Claudinha e Serjão. A Claudinha é piloto de parapente também e é quem quebrou o recorde mundial de voo duplo junto com André Fleury, a menina está até no Guinness! O Serjão é nosso super resgate, responsável por varar o sertão com sua Toyota, disposto a ir buscar o piloto maluco onde quer que ele pouse. Claro que é preciso um pouco de bom senso, não é mesmo? De preferência pousar em um lugar acessível e na rota combinada.

Bem para quem não é voador, aqui vão algumas informações interessantes. Estamos falando de voo de parapente, que é esse da foto (é só clicar pra ver grandão). O brinquedo é uma modalidade de voo livre, lembra da asa delta? pois é... o parapente é um parente. O Joãozinho senta naquela cadeirinha e ao sabor das ascendentes térmicas, tenta conduzir sua aeronave o mais longe que for possível. Como você vê, não há motor, tudo vai na base da habilidade técnica, capacidade de compreensão, interpretação e decisão sobre o que fazer e como. As térmicas são massas de ar que se deslocam para cima; quando um parapente passa por uma delas, pode subir junto se ele for habilidoso o suficiente.
No sertão, as térmicas são mais fortes, os ventos também e o que tem lá embaixo não é exatamente grama fofa... basicamente você está sobrevoando a caatinga nordestina, ou seja, praticamente um deserto de espinhos, calangos e um calorão de rachar coco. Como as condições de voo são muito mais fortes que aquelas que encontramos aqui pertinho de Sampa, então as possibilidade de voos mais longos são muito maiores e é exatamente atrás disso que nós pilotos estamos.

O que eu sei é que apesar de a princípio parecer uma apavorante roubada, sobrevoar essa terra dá um tesão do cacete nem sei explicar porquê. Talvez uma mistura entre a possibilidade de quebra de recordes com o fato de se colocar a prova numa situação tão singular, longe do conforto e da segurança de um shopping, por exemplo, nos proporcione um recado para lembrarmos que a vida é uma coisa que pode ser um saco ou uma experiência extremamente excitante, é só uma questão de escolha.


Na foto ao lado dá para ter uma ideia de como é a vida dentro da "cabine de comando" do piloto de parapente. 100% de contato com o ar, literalmente pendurado a milhares de metros de altura sobre uma puta terra de ninguém que assusta até carcará.

No meu colo vocês estão vendo um cockpit com os instrumentos de voo, são eles o GPS, a minha inseparável bússola (embora no ano em que estamos já tem gente que tira sarro dizendo que ela é arcaica, mas eu gosto muito dela porque a bicha funciona) e logo mais a direita o variômetro que é o brinquedo que diz qual sua altitude, sua taxa de subida ou descida e mais alguns tralalás. Ainda há o rádio para se comunicar com os outros pilotos e o resgate além de espaço para barrinhas de cereal, banana passa, dois litros de água com maltodextrina pra ficar fortão, e mais algumas bugigangas outras para um mínimo de sobrevivência longe da sala de casa.


O voo é altamente gratificante, não há como não ficar babando em paisagens como essa, no momento em que estou cruzando o Rio Paraguaçú, rumo leste a quase dois mil metros acima do chão ou nessa outra sobrevoando as formas da cidadezinha de Itaberaba no sertão Bahiano.
A paz de estar pendurado no céu, totalmente a mercê de você mesmo, onde somente a sua decisão é o que conta para que as coisas aconteçam, é algo indescritível. Imagino que aquelas pessoas que passam o dia recebendo ordens de chefes vão ficar muito felizes ao descobrir que voar de parapente significa não ter chefe.
Esse voo das fotos foi particularmente especial, já que significou a quebra de meu recorde pessoal conquistado a exatos dez anos quando estive no Ceará em 1999. Na época fiz um voo de 166km, dessa vez foram mais de seis horas voando para conseguir realizar a marca de 187km pousando literalmente no sopé da Chapada Diamantina. Baixei o log do GPS nesse arquivo aqui que você pode abrir no Google Earth e ver direitinho como foi o voo, aliás eu recomendo que faça isso para se ter uma ideia da dimensão da experiência.

Mais fotos e mais histórias você pode ver em meu álbum de fotos, é só clicar aqui Não esqueça de fazer comentários, enviar para os amigos, e se você quiser contribuir com fundos, clique aqui.


terça-feira, 29 de setembro de 2009

Do ferro à faca (a arte da cutelaria)

Meu amigo Arthur Lewis é bem loco, agora ele está fazendo facas, são peças únicas, de uma beleza impressionante. E ele também continua escrevendo suas rimas, vejam nas linhas que seguem pequenas fatias de expressão de sua arte.

Você quer uma beleza dessas? Mande um mail pra ele.



Caro amigo careca
agora presti atenção
a coisa que vô mostrá
é aço de afiação
corta fundo se forçá
mas se se aprecizá
fura até o coração.

O aço veio de mola
dum antigo rabecão
ferro duro da porra
e haja martelação
muitas hora de trabalho
modi ficá bonitão.

esse negócio de fogo
bigorna,tenaz e marreta
é uma coisa de louco
faz inveja no capeta
mas todo trabalho é pouco
pra esse baixinho perneta.

Agora vamu apertá
a barriguera da mula
afiáá todas pexera
enche o borná de fartura
botá as mala nas costa
e encarar a bombacera!


Forte abraço.
Sir Lewis.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nova obra de Aecio Sarti


Não sei se pretendo um dia ganhar um quadro do Aecio de presente, ou se consigo juntar dinheiro para comprar um, mas o fato é que a cada obra ele se supera e não canso de admira-lo.

Para quem não sabe, isso é pintado sobre lona de caminhão, aquele famoso "Encerado locomotiva".
Nas últimas obras, ele passou a criar uma integração espetacular entre o fundo e roupa do personagem, que tal?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Encurralado!

Ontem assisti "Duel", que recebeu o nome "Encurralado" no Brasil. Este é o primeiro filme de Steven Spielberg, foi filmado em 1971 com um orçamento limitadíssimo; na verdade o filme só tem um ator, os demais fazem apenas algumas pontas.

É uma impressionante história de suspense, sobre um típico americano classe média com seu Plymouth Valiant vermelho, sendo perseguido por um caminhão, (sim por um caminhão, já que o máximo que vemos do motorista é sua mão), pelas estradas da Califórnia.
Alguns detalhes do filme que gosto particularmente são:

Denis Weaver (na pele de David Mann) está se afastando da cidade, vai para Bakersfield e esta cada vez mais da civilização, você vê a paisagem mudando e os carros rareando a sua volta, mas o mais interessante é a trilha que é basicamente o rádio que ele está escutando. A programação gradualmente combina com a paisagem que muda, indo de conversas urbanas sobre previsão do tempo e trânsito, passando por orientações ao cidadão e chegando a uma espécie de freak show onde um cara diz que consegue tocar música em pedaços de carne. A singularidade do talk show remete a falta de civilidade que o cerca. É o caos chegando!

Mann para em um posto todo esbaforido no meio da perseguição e tenta ligar para a polícia. A dona do posto cria serpentes, aranhas e lagartos em caixas de vidro. Mann está dentro de uma cabine telefônica cercado de serpentes e no meio de tudo vem o caminhão pronto para passar por cima dela quebrando tudo o que está no caminho. Caos total!

Mann está em um bar na beira da estrada e o caminhão assassino está do lado de fora. Um daqueles caras no balcão deve ser o criminoso, mas qual deles? Todos usam botas, todos usam chapéu, todos ficam olhando de canto de olho para ele descofiadamente. Desespero!

Mann não deixa a cena final por muitas horas, fica ali como que montando guarda. O agente do seu terror perdeu o perigo e agora se transformou em agente de prazer. Há um por do sol lindo e Mann está sentado jogando pedrinhas num plácido lago imaginário. Paz.

Spielberg imprime uma tensão fenomenal ao filme e usa uma trilha que só aparece nos momentos mais tensos, fora isso o que você escuta é o motor diesel acelerando, pneus raspando no asfalto e os pensamentos desesperados de Mann.

Assista, divirta-se!

Aventuras na oficina

Criei um novo blog, chama-se "Aventuras na Oficina". Meu plano é humanizar um pouco mais o dia a dia entre "respingos de óleo, engrenagens e monóxido de carbono" contando histórias que acontecem nas oficinas Gaspoint e Automatik, que é onde passo meu horário comercial de segunda a sexta feira, você não sabia? Aproveite para visitar os sites! O design é autoria de ninguém mais ninguém menos que Fábio Candeias!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

District 9, favela de ETs é desapropriada

Em District 9, uma mega nave espacial (já velha conhecida de outros filmes como Contatos Imediatos de 3º grau como "Nave-mãe"), literalmente estaciona a mil metros de altitude sobre Johanesburg na África do Sul.

O problema é que diferente dos outros filmes onde os ETs aparecem triunfantes, bonitões, esses aqui não dão as caras por semanas a fio. Sem entender o que se passa os humanos criam coragem e entram na nave (tem que arrombar a porta) e encontram uma penca de seres feiosos, subnutridos e desesperados... a nave pifou e eles encalharam ali. Como os humanos são muito humanos, acolhem os coitadinhos e colocam a galera numa mega-favela que com o passar dos anos começa a se tornar um transtorno, como qualquer favela... crime, tráfico, fedor, sujeira.. enfim... os humanos acabam se enchendo da encrenca e mandam uma equipe pra literalmente despejar os ETs nojentos. É aí que começa a história.
O tom é de documentário de TV, muito realista, parece que você realmente está assistindo o Jornal Nacional.
District 9 está cheia de desconhecidos, mas tem como produtor, Peter Jackson, de Senhor dos Anéis, Kink Kong e outras coisas legais, então prepare-se para um filme muito interessante e divertido.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Terror psicológico de Lars Von Trier com Anticristo

Levei vários dias até criar coragem para escrever alguma coisa sobre o filme Anticristo de Lars Von Trier que está nos cinemas.

Bem, ele é como um prato estranho, difícil de ser mastigado, difícil de ser engolido, difícil de ser digerido, mas o fiadaputa não é que alimenta?

Terror psicológico é aquele que usa o comportamento esquisito das pessoas para aterrorizar as outras pessoas, criando situações inesperadas, controversas, altamente discutíveis.

O diretor dinamerquês Lars Von Trier dirigiu Dogville com a Nicole Kidman, Manderlay e Dançando no Escuro com Bjork. São filmes explêndidos e surpreendentes.

Fiquei sabendo que ele acabou de sair de uma tremenda depressão e saiu correndo fazer Anticristo... uau! que resultado!


O filme é um debate mui loco sobre o masoquismo, sentir prazer na dor e na culpa. É um jogo psicanalítico que descamba para um algo-surreal inesperado.

Um casal perdeu o filho que caiu da janela. A mulher (uma estudiosa sobre torturas aplicadas em mulheres na idade média) pirou de tristeza pela perda do filho. O marido psicanalista sugere trata-la. Para isso começa a explorar seus medos e conclui que a ida para uma cabana no meio da floresta constituirá o cenário ideal para que ela possa chegar em algum tipo de cura ou conforto.

Tudo vai bem interessante até que de repente...
Assista, pire, mas não diga que eu não avisei.

domingo, 20 de setembro de 2009

A praça Chico Candeias

Quando meu avô Chico Candeias adoeceu gravemente nos idos de 1976, ele tinha 53 anos e eu tinha só onze anos e não tinha ainda a maturidade para entender a falta que o vô Chico iria me fazer. Os depoimentos da família anos mais tarde me confirmam que ele morreu de uma doença chamada teimosia, por teimar em não administrar seu diabetes como devia.
A fila do enterro tinha cerca de dois quilômetros tomando quase metade da Paes de Barros, incrível a quantidade de admiradores que aquele velho carraspana tinha.

O vô chico é Francisco Guerreiro Candeias, cidadão português, vindo para o Brasil quase bebê, foi um grande entalhador, recebeu um prêmio na primeira bienal de São Paulo pela sua incrível sala de jantar com um jardim de rosas entalhadas. Provavelmente de sua técnica saiu a semente primordial para que minha mãe, Alice Candeias Ambrosini, se tornasse uma especialista na pintura dessa linda flor. É um trabalho dele, por exemplo, o entalhe do brasão das armas nacionais que está a frente do oratório do presidente da república em Brasília.
O vô Chico era motoqueiro, saia com seus amigos em turmas e desaparecia pelas baladas da madrugada deixando minha avó Lica sem saber sequer por onde ele andava, mas ele amava sua família e trouxe três lindas filhas ao mundo, minha mãe Alice, a tia Clarice e a tia Marilice.
O vô Chico era encrenqueiro, atirou uma máquina de somar contra a cabeça de um fiscal que veio fazer uma inspeção de rotina na empresa que ele trabalhava com meu pai quando eu era apenas um pirralho.
O vô Chico era baderneiro, convidou um montão de amigos para uma "coelhada" e levantou a pele do gato morto que tinha servido de ingrediente principal para o almoço... perdeu muitos amigos, mas antes perder um amigo do que perder a piada.
O vô Chico era surpreendente, uma vez comigo no carro, xingou um motorista, se arrependeu e deu meia volta até alcançá-lo com um pedido de desculpas.
O vô Chico tinha seus métodos educacionais duvidosos, me fez ver um cadáver prensado entre as ferragens de um carro que batera na estrada de Peruibe-Miracatu, nunca esquecerei a cena do velho morto de boca aberta espremido no volante de um fusca detonado, eu tinha cinco anos, apesar do choque creio que isso tenha me preparado melhor para enfrentar situações assustadoras como aquela.
O vô Chico me levava pescar siri no mar pequeno com uma caixa de metal que aprisionava os bichos vivos, nunca esqueço quando trocou a ordem dos fatores na hora de cozinhar e jogou os bichos na água fria primeiro... na medida que começou a ferver eles pularam da panela e sairam passeando pela cozinha provocando um verdadeiro auê com o povo gritando e os siris atancando quem se aproximasse.
O vô Chico me trazia caixas de chocolate "Crema", meu preferido... (foi substituido pelo Lolo mais tarde).

O carinho de meu avô ficará para sempre em minha mente, especialmente agora que graças a ele, tornei-me cidadão português.
No percurso de casa até o trabalho, passo pela praça Chico Candeias, uma linda homenagem e esse homem tão controverso. Parei o carro e fiz essas fotos para que você que ainda não a conhece, dê uma passada por lá qualquer hora.
A praça fica aqui, dá uma olhada no Google Maps, fica encostada na casa da tia Marilice. Ocupa o espaço de um antigo grupo escolar e um depósito da prefeitura, que por sinal é onde passei uma boa parte da infância brincando entre tratores abandonados.

Ok, a praça também tem história. Minha avó percorreu toda a vizinhança nos últimos dias de vida em busca de assinaturas para transformar o lugar em praça.
A praça não teria sido possível sem a intervenção de minha querida tia Marilice e da minha avó Angelina, mas há um artista na região que criou várias obras em concreto e cuida das plantas regularmente, colocando placas com nomes das árvores, podando e reparando o jardim. Sua atitude de cidadão é algo admirável, repare que ele não assina suas obras atribuindo um caráter filantrópico ao trabalho. Confira nas fotos que bacana.





 


 
 
 

Arrogância do bem também faz mal

Ao longo de minha vida como não-analista, relacionei-me com um infindável número de pessoas. Uma importante parte desse número foi feita pri...