segunda-feira, 13 de abril de 2009

O homem no fio

Ao ver o ganhador do Oscar 2009 de melhor documentário, agora no Brasil com nome "O equilibrista", resolvo parar um pouco e tento me equilibrar na beleza das metáforas que o filme nos brinda. Em 1974, quando o WTC ainda existia, Philippe Petit atravessou os 64 metros que separavam as duas torres sobre um cabo estendido por ele e uma equipe que precisou de uma longa preparação para burlar a vigilância e conseguir fazer o sonho de Philippe acontecer.
Quando ele finalmente estava já no chão e nas mãos dos seres ordinários como eu e você, a pergunta mais frequente que lhe era imposta era: "Por que você fez isto?". Philippe respondia perplexo que não havia um motivo, que ele havia acabado de fazer uma coisa maravilhosa, extraordinária e nesta hora, os motivos eram o que menos importava.
Durante os anos em que participei de campeonatos de parapente, cruzei com vários pilotos que aparentemente não tinham uma residência fixa. Alguns deles cruzavam o mundo parando um pouco em cada país onde desse pra decolar e ali ficavam vivendo da maneira mais econômica que fosse possível.
Algumas vezes escutei adolescentes enfrentando os pais porque desejavam fazer uma viagem para determinado lugar ou ir a uma determinada festa. A pergunta esdrúxula era: "Pra quê você quer ir lá?". Era muito difícil encontrar uma resposta.
Acho que a busca do motivo esbarra na falta de motivação, enquanto que a falta de motivo é a verdadeira motivação. A questão não é por que fazer, mas sim simplesmente fazer.

Um comentário:

Anônimo disse...

Boa dica, quero ver!

Rodrigo Stulzer
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