terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

O poder do amor



Então descobri-me ateu.

Mas suponho que posso chamar de Deus a esta angústia que sinto no coração diante da inexorabilidade do universo. Esse universo, tão cego e surdo a tudo ao seu redor. Universo que se expande, cresce, roda e recicla. Esse universo que não tem preconceito, não faz distinção entre quem merece ou quem não merece estar no caminho de suas decisões, sejam elas as mais assustadoramente arbitrárias ou aquelas mais cabalmente justas. A verdade é que não há justiça, tampouco injustiça, apenas o haver, apenas o acontecer.

Em duas decisões, esse universo que não faz esforço algum para agradar ou desagradar,
Punir nem recompensar,
Perdoar ou agradecer,
Escutar ou ignorar.

Universo esse que impõe sua aparente invencibilidade aos fracos e fortes, brancos e pretos, crentes e descrentes, ricos e pobres, presentes ou ausentes, estúpidos ou inteligentes.

É angústia que abre espaço no peito, se acotovelando entre assombro e terror, entre deslumbramento e indignação, entre medo e desejo.
É angústia que não pode ser ouvida porque emana de lá de dentro, cuja voz bem conheço.

É angústia de estar em meio a tanta vida e tanta morte, tanta beleza e tanta tragédia; tanto amor e tanto ódio.

É o belo que dói,
O feliz que aflige,
O ínfimo que oprime,
O gigante que definha.

É angústia por não poder estar em todos lugares ao mesmo tempo, por saber que não há tempo sobrando para se sentir cada dia que passa nessa vida com a intensidade que acho que estar vivo merece.

É por isso que recomendo gastar seu tempo do lado de quem você ama, pois sei que de tudo aquilo que sinto e não posso provar que existe, só uma coisa merece minha atenção, só uma coisa vale a pena acreditar.

Amor é o nome dessa coisa.
Coisa essa que me mantém vivo
Coisa essa que me permite acreditar no dia de amanhã.

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